segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

WESLEY E A IGREJA REFORMADA

Alguns líderes tradicionais acusaram Wesley de causar divisões ou cismas ao colocar membros da igreja em classes. Evidentemente, ele foi acusado de “formar igrejas de igrejas”. No vernáculo moderno, ele esta sendo acusado de roubar ovelhas. Ele negava isso categoricamente! Sua resposta era a seguinte: “Se vocês querem dizer que apenas estamos reunindo pessoas das construções chamadas igrejas, então eu concordo. Mas se vocês querem dizer que estamos separando cristãos de cristãos, e dessa forma destruindo a comunhão cristã, então eu não concordo”.
    Se procurarmos verificar o motivo do sucesso de Wesley em estabelecer um movimento em células onde outros falharam, percebemos que tem que ver com sua compreensão da natureza dessas “classes”. Esses grupos pequenos (classes) funcionavam como a igreja. Eles realizavam o que a igreja deveria realizar. Quando veio a oposição, Wesley não foi distraído pela igreja tradicional que se considerava a verdadeira igreja. As classes eram a verdadeira igreja para Wesley e, por isso, recebiam a sua atenção especial. Essas classes funcionavam com a autoridade de corpo de Cristo. Visto que Wesley colocava um propósito espiritual e uma natureza doutrinária tão elevada nas suas classes, elas puderam opor-se à resistência da igreja tradicional.
    Wesley protegeu seus grupos pequenos porque ele corretamente identificou-se como o coração do seu movimento. Ele simplesmente não desperdiçava seu tempo com pessoas que não participavam da comunidade (ou sociedade). Ele no seu diário em 26 de maio de 1759:...

     Este texto encontra-se no livro “A Segunda Reforma”, de William A. Beckham, pág. 142, juntamente com a parte do diário de Wesley.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Shemá Israel...


A historiadora Yaffa Eliach conta que, após a Segunda Guerra, um judeu americano de nome Liberman decidiu resgatar o maior número de crianças judias que haviam sido escondidas em mosteiros e orfanatos durante o conflito. Foi à Europa, visitando mosteiros a mosteiros, orfanato a orfanato e, ao entrar em cada instituição, recitava o Shemá Israel. As crianças que reconheciam as palavras eram judias.
Shemá Israel A-do-nai
Elokenu A-do-nai Ehad.
Ouve Israel, A-do-nai é nosso D’us,
A-do-nai é Um.

           Ouve, atentamente, ó Israel, preste atenção, abre totalmente sua percepção, silenciando completamente a mente, medite sobre o que estiver pronunciando, interiorize e absorva a mensagem de tal forma que se torne parte de sua própria essência... D’us é Um e é Único, e Ele é nosso D’us.
Este versículo que inicia uma das mais antigas e importantes orações do judaísmo, o Shemá, é nossa declaração de fé. Nesta é proclamada a própria essência do judaísmo, o que sempre diferenciou os judeus de outros povos: a crença na Unidade e Unicidade de D’us e a lealdade eterna de Israel para com seu D’us. Shemá Israel foi que o patriarca Jacob ouviu dos filhos em seu leito de morte. Foram às palavras usadas por Moisés para se dirigir aos judeus em seu último discurso, no deserto.
O versículo resume o primeiro e o segundo mandamento do Decálogo; é a primeira oração que a mãe ensina a seu filho; são as últimas palavras pronunciadas por um judeu antes da morte. Presenciar durante a Neilá, ao término do Yom Kipur, um judeu recitar em voz alta, em uníssono com sua comunidade, o Shemá Israel, é uma experiência espiritual inigualável. Com as palavras do Shemá nos lábuis, muitos judeus enfrentaram as fogueiras da inquisição e as câmaras de gás durante a Segunda Guerra. Foram as últimas palavras de rabi Akiva que, preso pelos romanos após a revolta de Bar Kochba na Judéia, foi cruelmente torturado e executado em praça pública. Segundo o Talmud, ao pronunciar a palavra Ehad, Único, a alma de rabi Akiva deixou seu corpo.

Artigo extraído da revista Morashá, nº 25 de 1999.